O Conselho Federal lança a ofensiva de vacinação em três vertentes

O ritmo da vacinação deverá acelerar com o início do Inverno. O Conselho Federal está assim a lançar uma ofensiva de vacinação em três partes, anunciada numa conferência de imprensa. O programa inclui uma semana nacional de vacinação em Novembro, um aumento do número de unidades móveis de vacinação, e a presença física e virtual de conselheiros no país. No entanto, após consulta, o Conselho Federal decidiu na quarta-feira abandonar os vales de 50 francos.

Semana Nacional de Vacinação

A fim de aumentar a taxa de vacinação, as pessoas indecisas necessitam de informação fiável. O Conselho Federal, em cooperação com os cantões, está portanto a planear uma semana nacional de vacinação de 8 a 14 de Novembro. As pessoas poderão informar-se sobre a eficácia, segurança e efeitos secundários da injecção. Os riscos para a saúde e a possibilidade de ser vacinado serão também discutidos.

As autoridades cantonais e municipais organizarão eventos locais. O governo enviará também uma carta à população para sublinhar a importância da vacinação.

Unidades móveis de vacinação na estrada

Para facilitar o acesso aos cidadãos, autocarros de vacinação adicionais estarão na estrada durante várias semanas, parando nas praças da aldeia, campos de futebol, escolas e discotecas. A população já não terá de viajar e poderá obter informações ou ser vacinada espontaneamente. Atualmente, estão em circulação 50 autocarros.

Facilitar a informação e a discussão

Finalmente, serão destacados consultores em toda a Suíça para responder a perguntas individuais de pessoas que ainda estão indecisas. Podem ser contactados através de discussões de grupo, contactos pessoais ou telefónicos ou a função de conversa individual em redes sociais.

Um compromisso dispendioso mas sustentável

O montante máximo desta ofensiva será de 96,2 milhões de francos suíços. Na opinião do governo, este é um investimento sustentável em comparação com os 50 milhões de CHF gastos cada semana em testes.

Além disso, uma elevada taxa de vacinação irá beneficiar a gastronomia, a indústria hoteleira e os centros de fitness. Há também benefícios para a saúde. Em média, é possível evitar uma hospitalização por cada 100 vacinações e a ocupação de uma cama de cuidados intensivos por cada 250 vacinações.

A vacina é “a nossa porta de saída da crise”

Os obstáculos à vacinação devem ser removidos, pois a vacina é “o nosso caminho para sair da crise”. No entanto, um milhão de pessoas ainda precisa de ser vacinado antes de todas as medidas poderem ser levantadas, disse o Ministro da Saúde Alain Berset aos meios de comunicação na quarta-feira.

A Suíça não se encontra actualmente numa boa posição em comparação com os seus vizinhos quando se trata de vacinação. Esta última está em estagnação. Apenas 71% dos adultos receberam as suas duas doses, disse Alain Berset (nota do editor: a taxa é de 60,96% se toda a população for tida em conta, de acordo com os números da FOPH de quarta-feira).

Alguns países têm entre 10 e 20 pontos a mais, continuou ele. Em Portugal, o passe de saúde foi levantado. No entanto, a situação em Portugal não é a mesma. O ceticismo em relação às vacinas é quase inexistente, ao contrário do que acontece na Suíça.

Conselho Federal surpreendido pela oposição aos vouchers

Após consulta, o Conselho Federal na quarta-feira abandonou os vales de CHF 50 propostos na última conferência de imprensa. Estes destinavam-se a recompensar as pessoas que conseguissem convencer um vizinho, amigo ou membro da família da utilidade da vacina. Os cantões opuseram-se a isto, acreditando que uma recompensa financeira não era uma forma de sair da crise.

“É normal que pensemos em todas as opções que nos permitem sair da crise”, justificou o Ministro da Saúde Alain Berset aos meios de comunicação social. O Conselho Federal ficou um pouco surpreendido com a oposição a estes cupões, disse, embora reconhecendo que a ideia era pouco convencional.