À medida que a vaga Omicron se espalha pela Europa, cada vez mais funcionários políticos e de saúde estão a expressar optimismo de que poderá ser a última vaga. O último exemplo é o primeiro-ministro espanhol, que numa entrevista ao jornal El País disse que agora quer monitorizar o Covid-19 como a gripe.

Um vírus que está a esgotar-se e uma população que atingiu um elevado nível de imunidade dão esperança de que a crise acabará em breve. Mas embora vários cientistas tenham confirmado a relevância de tal hipótese, a OMS é no entanto cautelosa: com este coronavírus, nada é certo, e novos desenvolvimentos poderiam rapidamente requerer novas medidas.

Daniel Bausch, virologo convidado no telejornal da RTS nesta terça-feira

O virólogo e especialista em doenças infecciosas Daniel Bausch, que é um conhecedor das políticas de saúde pública, também acredita que é “um pouco cedo demais para estar a falar assim”.

“Quero ser optimista. Não creio que possamos ver o fim da epidemia, mas podemos ser optimistas quanto aos instrumentos de que dispomos. Temos testes, temos vacinas, temos conhecimentos sobre o vírus, temos de aprender a lidar com tudo isso”, disse ele.

Ele assinala também que a situação é específica da Europa. “Em África, a maioria da população não está vacinada e não tem dinheiro para isso”, disse ele. “E enquanto houver transmissão do vírus no mundo, há sempre a possibilidade de ter uma próxima variante” que pode escapar à protecção.

Fonte: RTS